sexta-feira, 11 de junho de 2010
Escola Básica e Secundária de Vila Cova-Barcelos
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Escola EB 2/3 Dr. Nuno Simões
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Escola Secundária de Monserrate
Reside nisto, nesta capacidade de prender e exigir compartilha, o reflexo dos valores ontológicos questionados pela consciência de Ser: é que uma imagem para além da leitura denotativa implica sempre conotações valorativas e simbólicas que ultrapassam a simples fenomenologia da forma. A visão humana descobre sempre algo mais para além da matéria. Necessita de mitos. E de ritos.
Ora, foi este algo mais que os alunos foram buscar às suas referências pessoais. A intertextualização criará novos contextos formais estruturais e simbólicos, mas sem negar o referente. Este funcionará como ponto de partida para outras aportações, possibilitando outras experiências estéticas e outros conhecimentos. Porque diferentes.
As vivências juvenis projectadas a partir das presenças físicas dos concidadãos e através da iconicidade corpórea e de adereços com que se apresentavam, tornaram-se num referente imagético armazenado e sempre pronto a ser evocado pelos alunos em situações que requeiram da sua parte o ter que assumir a sua atitude no que diz respeito à problemática sócio-filosófica, ideológica-cultural.
E o resultado é: procuraram descer ao âmago de cada uma das personagens na tentativa de desnudar aquilo que nelas há de universal e disso fazer testemunho: a pintura .
É esta prática da alteridade, o tentar por cá fora o outro, o gémeo, aquele que está do outro lado, do lado do imaginário, das lendas, dos contos. Para eles a máquina pictórica está sempre aparelhada e pronta a disparar. Há que eternizá-los.
Se a pintura em si, é já uma espécie de morte do instante, porque fixa os objectos no tempo, transmite intrinsecamente a ideia de morte. No entanto, e paradoxalmente, celebra a própria vida, contida naquele mesmo instante e torna possível revê-lo.
A vida e morte fazem parte da essência do ser humano. Logo, as figuras recriadas pelos discentes, as suas personagens, índices de tomadas da realidade, carregadas de leituras simbólicas, assumem a qualidade de ícones por remeterem para acordos culturais amplamente codificados.
Já afirmamos que a iconologia de vida e da morte está sistematicamente patente nos trabalhos de pintura. De uma forma implícita quase sempre, outras vezes contundentemente, através de referentes ou adereços que funcionam como marcadores simbólicos e de valores culturais.
Reside aqui a razão temática desta resenha teórica e do trabalho prático que terá que se justificar por ele próprio.
As figuras de pintura, para além do esmero técnico e do requinte plástico composicional, conotam um lirismo que, por vezes atinge a transcendência espiritual. Nelas o invisível torna-se visível, através de uma iconicidade que capta a dimensão do ser humano, utilizando referentes materialmente tão simples, espiritualmente tão ricos, enormes na dignidade. E se o pathos lá está, carregado de referencias nostálgicas. Se cada figura é um momento mori por participar na mortalidade imposta pela dissolução do tempo (cada instante é sempre passado). Por outro lado, o eros vivificante também está presente naquele pequeno objecto que pode ser conservado e olhado repetidamente. A pintura testemunha assim este momento privilegiado, que, paradoxalmente, foi, mas também é, porque nós o sentimos recuando no tempo, em simulacro como num jogo.
Metáforas da vida, metáforas da morte.
O desenho é um pedaço de vida. Quem desenha, desenha-se. Conhece-se. Afinal as coisas existem porque existem e porque temos consciência delas.
O desenho procede de uma necessidade humana interior primigénia, de gravar as experiências mais importantes e motivadoras da vida. Serve ainda para clarificar a percepção visual. Como meio pelo qual podemos participar com alguma autoridade da vida das coisas.
Painel em azulejo
Dimensões: 220cm x 1140cm
Ano lectivo:2007/2008
Turmas:12ºJ e 10ºL
Painel em azulejo
Dimensões: 345cm x 620cm
Ano lectivo:2007/2008
Turmas:12ºJ e 10ºL
Painel em azulejo
Dimensões: 345cm x 620cm
Ano lectivo:2007/2008
Turmas:12ºJ e 10ºL
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
EXTERNATO das NEVES
O Externato das Neves desde que iniciou as suas funções tem sido espectador de profundas transformações económicas, sociais e culturais no meio que constitui a sua área de influência. A agricultura, actividade económica básica tradicional, vem perdendo peso e influência no decorrer dos últimos anos. Mesmo assim, é a actividade em que a maioria dos discentes do Externato das Neves se enquadra e com a qual se identifica. A emigração, embora sendo uma realidade relevante e marcante, tende a perder o lugar pioneiro que ocupava nestas últimas décadas. Os feirantes, actividade comercial de certa tradição no meio, está também a sofrer um atraso notável devido à instalação generalizada de médias e grandes superfícies comerciais. As abundantes pequenas empresas de artesanato de madeira continuam com um futuro sedimentado num processo de associação progressivo. As empresas de confecção têxtil foram grandes fontes lucrativas durante décadas, actualmente encontram-se em recessão progressiva. A indústria cerâmica para a construção de Alvarães encontra-se em decadência, surgindo assim, a cerâmica decorativa. O tecido social actual tende a fixar-se em actividades terciárias: o comércio e serviços públicos e particulares. Constitui situação preocupante no meio o crescente desemprego e a dificuldade de alcançar o primeiro emprego. Podemos concluir que o nível de vida parece ter melhorado substancialmente, embora largas franjas da população continuem no limiar da pobreza e da miséria que transparece no número de famílias que se candidatam aos apoios económico-sociais e nas situações extremas com que deparamos com alguma frequência em algumas zonas da nossa área de influência. A esta melhoria de condições de vida que se evidencia contrapõe-se uma estabilidade crescente na vida familiar tradicional, aliada a situações cada vez mais frequentes de dependências que geram progressivamente casos de crianças com problemas de desenvolvimento físico, equilíbrio afectivo e emocional e de carácter comportamental.
A Escola possui um amplo espaço exterior que inclui zonas de recreio, um campo cimentado e um espaço coberto, especialmente concebido para as actividades lúdicas dos alunos. Esta tem vindo a engrandecer o seu espaço físico, onde o grupo das artes com grande apoio e motivação dos directores do colégio, tem desenvolvido um apurado trabalho na componente estética do edifício escolar ao longo dos seus 30 anos de existência. A escola tende a assumir cada vez maior importância na transmissão da cultura e assume um importante papel na educação moral e na transmissão de valores tradicionais e cívicos. A escola será então considerada uma instituição e um espaço privilegiado na acção educativa. A escola tenta unificar, educandos os jovens através de uma aprendizagem colectiva e indistinta, num corpo de orientações e comportamentos bem como de valores comuns. A sociedade deseja e necessita que a escola lhe devolva os jovens sedentos de liberdade e progresso, e igualmente ciosos da solidariedade e de respeito pelos outros. No entanto a sociedade “funciona” de maneira diferente da escola, pois desunifica quando procura nos jovens um meio para satisfazer as suas necessidades. Em parte a escola trabalha o “molde” que os pais, sociedade e meio desejam que de lá saia. A escola, tendo em consideração essas necessidades da sociedade, tenta dinamizar e vivênciar as relações no seu meio, agindo para além de instituição na comunidade educativa. No sentido de participar no engrandecer destas relações, cabe-nos a nós professores / educadores conscientes do nosso papel, no processo de formação dos jovens, estar atentos a toda a dinâmica e exigências da sociedade, e em cada momento adaptar a nossa actuação, de modo a levar os jovens a desenvolver esses valores e atitudes mais em conformidade com o projecto de Homem que preconizamos.
Reflexos
Os alunos desenvolveram vários painéis de grandes dimensões
Uma criança vai riscando no chão uns traços enigmáticos. Tanto podem ser um retrato, uma declaração de amor ou a palavra que faltasse inventar. O desenho é uma forma de comunicar universal, de facto uma imagem vale mil palavras. Os alunos transmitiram possíveis aparências, possíveis realidades criando nos projectos e nos esboços o seu mundo. Por isso a caligrafia expressa nos painéis une de uma forma ambígua a presença dos limites e a ausência dos corpos, deixando o rasto do rito originário. Este aparece como contorno – limite do Ser a remeter para possíveis auto retratos dos alunos. Uns que vão chegando e outros que vão partindo, em eterno devir. As suas caligrafias surgem na aparência das sombras, como ideia das coisas; ao mesmo tempo como estruturas e recortes das suas próprias imagens projectadas, estimulando a nossa imaginação. Restabelece-se a ordem no imaginário onde tudo acontece e então recordámos... “parecem bandos de pardais, à solta, os putos... são os putos deste povo a aprenderem a ser homens.” E porque na realidade tudo isto acontece paradoxalmente, um registo gráfico celebra a morte do instante porque fixa o referente no tempo, transmitindo a ideia de morte. Ao mesmo tempo celebra a própria vida, retratada naquele momento sendo sempre possível revê-la. Tornando-se tudo isto numa dualidade ontológica intemporal.
Reflexos de vidas...
Painel em Azulejo
Título:Auto da Floripes
Dimensões:150cm x 255cm
Ano lectivo:1990/1991
Turmas:A
Ano:8º
Painel em Azulejo
Título:Externato das Neves-25 Anos
Dimensões:195cm x 420cm
Ano lectivo:2001/2002
Turmas:A,B,C,D
Ano:9º
Coordenação:Nuno Mendanha
Painel em Azulejo
Título:1 Lugar ao Sol
Dimensões:375cm x 615cm
Ano lectivo:2003/2004
Turmas:A,B,C,D
Ano:9º
Coordenação: Nuno Mendanha
Painel em Azulejo
Título:Paulatim Sed Firmiter
Dimensões:195cm x 720cm
Ano lectivo:2003/2004
Turmas:A,C
Ano:9º e 8º
Coordenação: Nuno Mendanha e Vânia Mendanha
Título:Meio
Dimensões:270cm x 495cm
Ano lectivo:2004/2005
Turmas:A,B,C
Ano:8º