quarta-feira, 27 de agosto de 2008

EXTERNATO das NEVES

O Externato das Neves foi fundado em 1977, por um grupo de docentes. Nessa altura, existia uma lacuna na rede de ensino, tendo sido este assim implantado num ponto de confluência das freguesias de Mujães e Vila de Punhe, no concelho de Viana do Castelo. Hoje, tem como área pedagógica as seguintes freguesias: Vila de Punhe, Mujães, Alvarães, Portela Susã e Subportela. É uma Instituição de Ensino Particular e como tal rege-se legalmente pelo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo. O ensino é gratuito sem qualquer espécie de selecção na admissão. Está integrado na rede escolar, e tem vindo a funcionar, desde a sua fundação, com financiamento do Estado.
Actualmente as escolas do 1º ciclo do ensino básico que debitam frequência ao Externato são as seguintes: Paço – Mujães, Outeiro - Portela Susã, Cortegaça -Subportela, Costeira-Alvarães e Igreja- Vila de Punhe que, juntamente com os respectivos jardins de infância, constituem o Agrupamento de Escolas das Neves. Os alunos do lugar da Vacaria – Carvoeiro, por tradição, proximidade e ligação directa de transporte também se orientam para o Externato.
O Externato das Neves desde que iniciou as suas funções tem sido espectador de profundas transformações económicas, sociais e culturais no meio que constitui a sua área de influência. A agricultura, actividade económica básica tradicional, vem perdendo peso e influência no decorrer dos últimos anos. Mesmo assim, é a actividade em que a maioria dos discentes do Externato das Neves se enquadra e com a qual se identifica. A emigração, embora sendo uma realidade relevante e marcante, tende a perder o lugar pioneiro que ocupava nestas últimas décadas. Os feirantes, actividade comercial de certa tradição no meio, está também a sofrer um atraso notável devido à instalação generalizada de médias e grandes superfícies comerciais. As abundantes pequenas empresas de artesanato de madeira continuam com um futuro sedimentado num processo de associação progressivo. As empresas de confecção têxtil foram grandes fontes lucrativas durante décadas, actualmente encontram-se em recessão progressiva. A indústria cerâmica para a construção de Alvarães encontra-se em decadência, surgindo assim, a cerâmica decorativa. O tecido social actual tende a fixar-se em actividades terciárias: o comércio e serviços públicos e particulares. Constitui situação preocupante no meio o crescente desemprego e a dificuldade de alcançar o primeiro emprego. Podemos concluir que o nível de vida parece ter melhorado substancialmente, embora largas franjas da população continuem no limiar da pobreza e da miséria que transparece no número de famílias que se candidatam aos apoios económico-sociais e nas situações extremas com que deparamos com alguma frequência em algumas zonas da nossa área de influência. A esta melhoria de condições de vida que se evidencia contrapõe-se uma estabilidade crescente na vida familiar tradicional, aliada a situações cada vez mais frequentes de dependências que geram progressivamente casos de crianças com problemas de desenvolvimento físico, equilíbrio afectivo e emocional e de carácter comportamental.
A Escola possui um amplo espaço exterior que inclui zonas de recreio, um campo cimentado e um espaço coberto, especialmente concebido para as actividades lúdicas dos alunos. Esta tem vindo a engrandecer o seu espaço físico, onde o grupo das artes com grande apoio e motivação dos directores do colégio, tem desenvolvido um apurado trabalho na componente estética do edifício escolar ao longo dos seus 30 anos de existência. A escola tende a assumir cada vez maior importância na transmissão da cultura e assume um importante papel na educação moral e na transmissão de valores tradicionais e cívicos. A escola será então considerada uma instituição e um espaço privilegiado na acção educativa. A escola tenta unificar, educandos os jovens através de uma aprendizagem colectiva e indistinta, num corpo de orientações e comportamentos bem como de valores comuns. A sociedade deseja e necessita que a escola lhe devolva os jovens sedentos de liberdade e progresso, e igualmente ciosos da solidariedade e de respeito pelos outros. No entanto a sociedade “funciona” de maneira diferente da escola, pois desunifica quando procura nos jovens um meio para satisfazer as suas necessidades. Em parte a escola trabalha o “molde” que os pais, sociedade e meio desejam que de lá saia. A escola, tendo em consideração essas necessidades da sociedade, tenta dinamizar e vivênciar as relações no seu meio, agindo para além de instituição na comunidade educativa. No sentido de participar no engrandecer destas relações, cabe-nos a nós professores / educadores conscientes do nosso papel, no processo de formação dos jovens, estar atentos a toda a dinâmica e exigências da sociedade, e em cada momento adaptar a nossa actuação, de modo a levar os jovens a desenvolver esses valores e atitudes mais em conformidade com o projecto de Homem que preconizamos.
Assim, é pertinente que a escola esteja plenamente integrada na comunidade valorizando-se o processo de ensino – aprendizagem com a realização de actividades extracurriculares, que envolvam os alunos e outros membros da comunidade escolar, como visitas de estudo, comemorações de certas datas festivas, acções de apoio e solidariedade social, de defesa do meio ambiente entre outras. Assim, a escola não é só um espaço onde se transmitem conhecimentos, mas um local onde se fazem os homens de amanhã!

Reflexos

Os alunos desenvolveram vários painéis de grandes dimensões em azulejo. No primeiro painel comemoram-se os 25 anos do Externato das Neves. Painel este que retrata um passado, o espaço contemporâneo e o futuro que este colégio testemunha e acompanha. O então Director do Externato, Dr. Carlos Seixo, escreveu uma mensagem para o painel que transmite toda a filosofia que em 25 anos este colégio tem transmitido aos que por cá tem passado. Filosofia assente no espírito do aforismo latino, Paulatim Sed Firmiter, o que quer dizer, avançar devagar, mas com firmeza. Os outros projectos tentam constituir com este formas que, partindo de umacompreensão vaga do ser, permitam pelo menos compreende-lo e interrogá-lo, alcançando uma determinação plena e completa do seu sentido. O que é o Ser? Aquele que pergunta é o próprio Ser e o que se encontra é o sentido do Ser. O modo de ser do Ser é a existência. A existência é assim a possibilidade de nos referirmos de qualquer modo ao ser, sendo portanto constituída por possibilidades, que não são puras, nem simplesmente lógicas, nem contingências empíricas, mas que o formam. Ser é vida. E se o desenho é uma possibilidade, o desenho é vida.
Uma criança vai riscando no chão uns traços enigmáticos. Tanto podem ser um retrato, uma declaração de amor ou a palavra que faltasse inventar. O desenho é uma forma de comunicar universal, de facto uma imagem vale mil palavras. Os alunos transmitiram possíveis aparências, possíveis realidades criando nos projectos e nos esboços o seu mundo. Por isso a caligrafia expressa nos painéis une de uma forma ambígua a presença dos limites e a ausência dos corpos, deixando o rasto do rito originário. Este aparece como contorno – limite do Ser a remeter para possíveis auto retratos dos alunos. Uns que vão chegando e outros que vão partindo, em eterno devir. As suas caligrafias surgem na aparência das sombras, como ideia das coisas; ao mesmo tempo como estruturas e recortes das suas próprias imagens projectadas, estimulando a nossa imaginação. Restabelece-se a ordem no imaginário onde tudo acontece e então recordámos... “parecem bandos de pardais, à solta, os putos... são os putos deste povo a aprenderem a ser homens.” E porque na realidade tudo isto acontece paradoxalmente, um registo gráfico celebra a morte do instante porque fixa o referente no tempo, transmitindo a ideia de morte. Ao mesmo tempo celebra a própria vida, retratada naquele momento sendo sempre possível revê-la. Tornando-se tudo isto numa dualidade ontológica intemporal.
Reflexos de vidas...

Painel em Azulejo

Título:Auto da Floripes

Dimensões:150cm x 255cm

Ano lectivo:1990/1991

Turmas:A

Ano:8º

Coordenação:António Mendanha e José Matos Lima

Painel em Azulejo

Título:Externato das Neves-25 Anos

Dimensões:195cm x 420cm

Ano lectivo:2001/2002

Turmas:A,B,C,D

Ano:9º

Coordenação:Nuno Mendanha

Painel em Azulejo

Título:1 Lugar ao Sol

Dimensões:375cm x 615cm

Ano lectivo:2003/2004

Turmas:A,B,C,D

Ano:9º

Coordenação: Nuno Mendanha

Painel em Azulejo

Título:Paulatim Sed Firmiter

Dimensões:195cm x 720cm

Ano lectivo:2003/2004

Turmas:A,C

Ano:9º e 8º

Coordenação: Nuno Mendanha e Vânia Mendanha


Painel em Azulejo

Título:Meio

Dimensões:270cm x 495cm

Ano lectivo:2004/2005

Turmas:A,B,C

Ano:8º

Coordenação: Nuno Mendanha, José Matos Lima, Carlos Seixo e Vânia Mendanha


2 comentários:

Unknown disse...

Parabens pela dedicação e empenho que tens em demonstrar o mundo de excelência.
Força Grande Amigo Nuno.
Abraço Amigo da LI e do Berto

DaNi disse...

muito bem stor!!!!

qem dera que eu consegui-se metade do que voce faz..lol...

É um orgulho te.lo como stor!!!

cumps...daniel silva num,7 9ªC escola:Eb2,3 dr Nuno Simoes...